06 fevereiro 2016

A roda quadrada

Ganhar dinheiro faz parte daquilo, que praticamos diuturnamente, nesse nosso sistema capitalista e, não há nada de errado com isso. É, reconhecidamente, o modo como vivemos e alimentamos nossos sonhos, projetos e esperanças. Foi assim, que nossos pais e avós - ou, quem sabe, outras pessoas? - nos ensinaram a conduzir as coisas da vida.

Quando um corajoso herói decide empreender assume, para si, a responsabilidade de criar as condições necessárias, para que outras pessoas também sonhem, projetem e alimentem suas esperanças, a despeito de todos os riscos associados. Mas, esse mesmo capitalismo não é, nem de longe, perfeito e, eis que aí, surgem altos e baixos, indiferentes ao nível de preparação de cada um, para lidar com (algumas vezes, longos) períodos, seja de bonança ou dificuldade, no fundo, ele é mesmo implacável ou, como dizia meu pai: "O capitalismo é
uma roda quadrada".




Porém, um empreendedor vai entender o que quero dizer, quando digo

que é tudo sobre negócios, sem ressentimentos. Trata-se, casualmente ou não, do período de considerável restrições por que estamos passando, onde abrir mão de preservar os sonhos, projetos e esperanças de famílias inteiras virou uma questão de honra e não de escolha, para os heróis de verdade. E, olha que nem é preciso voar por aí, com a cueca pra fora das calças, nem ter superpoderes. Basta uma pequena dose de bom senso, respirar fundo e olhar com calma e isenção para a origem do problema.




Analisando mais de perto a situação e descortinando os muros e paredes das empresas, encontraremos o veneno da obsolescência corroendo-lhe as estruturas, de maneira silenciosa, de um modo tão implacável e tão afeito ao capitalismo, a ponto de interferir na economia nacional, como um todo. Esta mesma obsolescência pode ser comparada à ignorância, se já não for a própria causa, que atira miríades de pessoas na miséria, levando toda uma nação à condição de pobreza, por vezes, extrema.

Entretanto, nem tudo é perdido, quando o heroísmo se combina com a criatividade e a inteligência, estas sim, peculiaridades do verdadeiro empreendedor. Quem, em última instância, saberá delegar a função às pessoas certas, pois, tem uma missão maior do que o próprio ego e, isto atende aos interesses e se refere aos objetivos de pessoas, de famílias, de cidades, do país.




Sabidamente, a cura para tantos males, talvez, tenha que vir de um remédio amargo, como sacrificar o próprio status quo, prol da comunidade ao redor, investindo em treinamento de pessoal, na atualização de softwares, na modernização dos processos fazedores de negócios. É o que se espera daquele herói, que trabalha incansáveis horas, por si e pelos demais, de forma criativa, inteligente e desapegada do miopismo dos fracassados.

Por fim, as alternativas para trilhar os caminhos, que devem ser trilhados estão disponíveis e, quase certo, que isto só será possível, pela via do sacrifício de investimentos robustos, contando com a compreensão da família, quando reduzir a quase zero os luxos, em nome de um bem maior seja inevitável e, que só renderá frutos a longo prazo, mas, renderá.

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